O Valle do Uco é uma região produtora de vinhos localizada a cerca de 100 km ao sul da cidade de Mendoza. É uma área relativamente nova, com vinícolas construídas nas duas últimas décadas, e que tem chamado cada vez mais atenção pela qualidade dos vinhos nela produzidos. Seus terrenos encontram-se entre 1.200 e 1.500 metros acima do nível do mar, uma altitude muito mais elevada que as outras regiões produtoras de Mendoza, e isso influencia na qualidade das uvas, gerando vinhos de melhor qualidade. Há cerca de vinte vinícolas no Valle de Uco e eu visitei duas delas, as bodegas Andeluna e Salentein, que são o assunto deste post.
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Minha visita as vinícolas do Valle de Uco aconteceu no meu terceiro dia de passeios em Mendoza e foi realizado com o guia Santiago, da Nossa Mendoza, indicada no post “Dica de agência em Mendoza com guias que falam português“. Antes da viagem montei meu roteiro por e-mail com ele e defini que as duas bodegas que eu queria visitar neste dia seriam a Andeluna e a Salentein.
Saímos do hotel as 9 da manhã e pegamos a Ruta Nacional 40, uma rodovia que atravessa a Argentina de norte a sul. O Valle do Uco fica a cerca de uma hora e meia do centro de Mendoza e o caminho passa ainda pela Ruta Provincial 96, uma estrada que vai em direção às montanhas e que tem um belo visual. Estava tão vazia que paramos para tirar umas fotos, pena que nesse dia estava meio nublado, mas mesmo assim foi possível ver a Cordilheira coberta de neve.
A estrada 96 termina na Ruta Provincial 89, ao longo da qual se encontram a maioria das vinícolas do Valle de Uco. Nossa primeira parada foi na Andeluna Cellars, uma vinícola com estilo rustico, com tijolinhos à vista e muita madeira, fundada em 2003 pelo empresário norte-americano H. Ward Lay, o mesmo das famosas batatas Lay’s.
As visitas na Andeluna acontecem todos os dias, de segunda à domingo, nos seguintes horários: 10:00h, 11:30h, 12:30h, 15:30h e 16:30h. Elas podem ocorrer em espanhol ou inglês e tem cerca de uma hora de duração. É necessário fazer a reserva antecipada entrando em contato pelos e-mails [email protected] ou [email protected] ou pelo site oficial da bodega. Eu não fiz a reserva pois meu guia já tinha providenciado tudo, mas para quem vai visitar a bodega por conta própria, recomendo fazer a reserva por e-mail com uma certa antecedência.
Na chegada foi possível ver a imensidão dos vinhedos da Andeluna, que ocupam uma área com mais de 80 hectares, tendo como pano de fundo as montanhas da Cordilheira dos Andes. Chegamos lá um pouco atrasados, às 10:20h, sendo que a visita guiada já tinha começado às 10:00h, mas mesmo assim nos deixaram entrar.
Como pegamos a visita pela metade, a guia já estava na etapa final do tour, a cava (adega) da Andeluna, com isso acabamos perdendo as explicações iniciais e a passagem pela sala de fermentação. Mas isso não atrapalhou nossa visita, que acabou sendo bem agradável. No centro da adega há uma mesa para degustações bem estilosa, utilizada somente em ocasiões especiais.
O grupo da visita era pequeno, formado pela guia e por dois casais brasileiros que já estavam lá quando chegamos. Até brincamos que chegamos na hora boa, pois logo em seguida já fomos para a degustação de vinhos, que aconteceu no ambiente da recepção da bodega, junto à loja, onde uma mesinha com poltronas e sofás já estava à espera do nosso grupo.
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A bodega oferece três diferentes tipos de degustação, explicados antes de a degustação começar, para que os visitantes possam escolher o tipo que preferem.
Degustação clássica – Custa 68 pesos argentinos por pessoa (aprox. R$ 17,00) e inclui dois vinho da linha 1300 e um vinho de altitude.
Degustação side to side – Custa 187 pesos por pessoa (R$ 46,75) e inclui dois vinhos da linha 1300, um vinho de altitude e um vinho da linha Pasionado, os mais nobres da vinícola. Essa degustação é indicada para casais ou duplas, onde cada um prova um vinho diferente da mesma linha.
Experiência Andeluna – Inclui seis tipos de vinhos nobres ao custo de 306 pesos argentinos (R$ 76,50) por pessoa.
Todos no grupo optaram pela degustação side to side e foi uma ótima escolha, pois como cada membro da dupla prova um vinho diferente da mesma linha, no final todos acabaram provando oito tipos de vinho da Andeluna, pois era só trocar as taças com o parceiro para degustar os outros vinhos.
A degustação começou com os vinhos brancos da linha Andeluna 1300: Chardonnay 2012 para um e Torrontés 2013 para o outro da dupla. Provei os dois e gostei muito do Torrontés. Além de uma jarra de água também havia um prato com grissinis à disposição para comer entre um vinho e outro.
Os outros vinhos da degustação eram tintos, começando pela linha Andeluna 2013, com uma taça de Cabernet Sauvignon 2011 e outra de Malbec 2012.
A segunda rodada de tintos era composta de dois vinhos da linha Altitud: Chadonnay 2011 e Malbec 2012.
Os últimos vinhos tinto da degustação eram da linha Gran Reserva: um Pasionado Quatro Cepas 2004 e um Malbec 2004.
Das cinco degustação em vinícolas que fiz em Mendoza, esta da Andeluna foi a mais proveitosa, pois acabei provando oito tipos de vinho. Além disso o ambiente era agradável e confortável, o grupo era pequeno e como todos eram brasileiros o papo rendeu bastante. Quando vimos já estava quase na hora de começar a visita na outra vinícola, por isso tivemos que sair rapidamente, mas antes ainda passamos na loja da bodega para ver os preços, que eu esqueci de fotografar.
As bodegas do Valle de Uco são as mais próximas da Cordilheira dos Andes, por isso podem proporcionar as melhores fotos de vinhedos com o cenário das montanhas. Neste dia o tempo não colaborou muito e estava cheio de nuvens, o que acabou atrapalhando um pouco o visual.
Saímos da Andeluna e seguimos alguns quilômetros pela estrada 89 rumo a segunda vinícola do dia, a bodega Salentein.
A Salentein já impressiona logo de cara com sua arquitetura arrojada e simétrica, um estilo único diferente de todas as outras da região. Ela mais parece um grande museu de arte moderna e contemporânea, pois em seu terreno e no interior de seus edifícios há várias esculturas, pinturas e outras obras de arte.
As visitas guiadas na Salentein também duram cerca de uma hora de duração e acontecem nos seguintes horários: em espanhol às 10:00h, 12:00h, 14:00h e 16:00; ou em inglês às 11:00h, 13:00h e 15:00h. O custo é de 60 pesos argentinos (R$15,00) por pessoa e inclui um ingresso para visitar uma galeria de arte que há no local. A vinícola também oferece um tour privado, com preços variando entre 175 e 325 pesos (R$ 43,75 e 81,25), de acordo com os vinhos escolhidos para degustação. As reservas devem ser feitas com antecedência pelo e-mail [email protected] ou pelo site oficial da bodega.
Na chegada é preciso ir até a recepção para pegar um crachá de visitante e aguardar o início do tour.
A visita começou numa sala de projeção onde um pequeno filme sobre a vinícola é exibido, contando um pouco de sua história. Após o filme, o grande grupo de visitantes foi dividido ao meio e dois guias da bodega acompanharam cada parte do grupo pelo restante do passeio.
Para chegar até o edíficio da produção de vinhos, onde aconteceu a visita guiada, foi preciso atravessar um longo e belo caminho entre os vinhedos da Salentein, um cenário impressionante e cuidado nos mínimos detalhes. No percurso há gazebos para descanso e foi possível até beliscar alguns cachos de uva, que estavam prontas para serem colhidas.
Já no edifício da produção, a guia começa as primeiras explicações falando sobre os vinhos da Salentein, exibindo em uma vitrine todas as marcas produzidas pela vinícola. Essa visita foi em espanhol e não era difícil entender o que ela falava, mas o grupo era meio grande, o que acabava dificultando um pouco as coisas.
Em seguida passamos pela sala onde estão os tanques de fermentação de aço inoxidável, que fazem parte da primeira etapa do processo de produção, onde as uvas recém colhidas e esmagadas permanecem por dias fermentando. Depois passamos por uma outra sala onde há grandes tanques de madeira com a mesma função.
No centro desta sala há uma abertura, de onde é possível ver do alto a incrível cava (adega) da Salentein, com uma rosa dos ventos desenhada no chão.
Na descida para o piso inferior da produção passamos por uma das várias de obras de arte que estão espalhadas pela vinícola.
Também vimos a máquina utilizada para engarrafar os vinhos, que estava desligada no momento da visita.
Em seguida conhecemos a impressionante cava da bodega Salentien, um dos pontos altos da visita. Ela é grande e tem um formato circular, com barris expostos lado a lado em degraus e com uma grande área aberta ao centro, onde costumam acontecer apresentações de música e dança.
Há um piano no centro da adega e um dos visitantes, com permissão, aproveitou o momento para tocar duas músicas, sendo muito aplaudido no final.
O trabalho na bodega estava à todo vapor e um funcionário transportava barris para lá e para cá com esse pequeno carrinho no interior da cava.
Depois fomos todos para a pequena sala de degustações, onde provamos três vinhos da Salentein: um branco Salentein Reserve Chardonnay 2012 e dois tintos Salentein Reserve, um Malbec 2012 e um Cabernet Sauvignon 2013.
No final, retornamos pelo caminho entre os vinhedos para o edifício principal e fomos direto ao restaurante, que havíamos reservado para almoçar neste dia.
Na entrada do restaurante há outros quadros, como este que representa Eva Perón, a famosa Evita.
O restaurante da Salentein é bem amplo, com laterais de vidro e vista para as montanhas, mas que nesse dia estavam um pouco cobertas pelas nuvens, infelizmente.
O cardápio oferece um menu 3 pasos harmonizado com vinhos ao custo de 300 pesos (R$ 75,00) por pessoa e também dispõe de menu à la carte, que foi a nossa opção, com pratos variados na faixa de 120 pesos (R$ 40,00) e sobremesas deliciosas que custam cerca de 60 pesos (R$ 15,00).
Para começar pedimos as tradicionais empanadas argentinas, recheadas de carne.
O prato principal foi um peito de frango grelhado e recheado com queijo camembert, servido com vegetais e um creme dijon.
E para finalizar, a sobremesa foi um incrível petit gateau de doce de leite, com sorvete de creme e calda de caramelo.
Após o almoço passamos na loja da vinícola, mas não comprei nada e também esqueci de anotar os preços para informar aqui no blog.
Antes de ir embora aproveitamos o tempo livre para admirar as esculturas e obras espalhadas pela vinícola, na área interna, na galeria de arte e também na parte externa.
Ao sair da Salentein retornamos para a cidade completamente satisfeitos, pois a visita às duas vinícolas foi muito melhor que esperávamos. Neste dia eu até tinha programado uma terceira vinícola para conhecer após o almoço, a Domaine Bousquet, mas acabei cancelando a visita pois no meu primeiro dia de passeios visitei a bodega Norton depois de almoçar na Chandon e o passeio não foi muito agradável, pois eu já estava cansado e farto. Eu poderia também ter visitado e almoçado na Bodega La Azul, muito recomendada por outros blogs e sites, mas acabei escolhendo o restaurante da Salentein que me pareceu ser mais interessante em termos de comida. A La Azul ficou para uma próxima oportunidade.
Você já esteve no Valle de Uco? Quais vinícolas conheceu e como foram as visitas?
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Lindas as fotos, e é sem dúvida uma excelente viagem, meu sonho é descobrir com foi feito esse volcan de dulce de leche, foi o melhor que já comi até hoje.
Oi Rodrigo, obrigado pelo comentário. Também gostaria muito de aprender a fazer esse Volcan, rs. Um abraço!
Diego,
qual foi a agência que você utilizou para a realização dos passeios?
Obrigada
Oi Daniela, foi a “Nossa Mendoza”, sobre a qual dou mais detalhes neste outro post:
https://www.meusroteirosdeviagem.com/2014/03/agencia-nossa-mendoza.html
Um abraço!
Não deixe de ir na proxima na Azul… é realmente maravilhosa. E tambem na o fournier, acho que junto com a Salentein e Andeluna é quarteto perfeito da região do Uco
Oi Andreia, obrigado pelo comentário. Se um dia eu voltar a Mendoza, pretendo visitar a Azul. Um abraço!